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Política

Podres Poderes

por Ricardo Rabelo

A campanha golpista que se desenvolve no Brasil vem tomando contornos cada vez mais expressivos. Apesar da redução dos bloqueios de rodovias, eles persistem em alguns locais e com uma intensidade crescente: os “camioneiros” fazem o bloqueio quase permanente e agridem aqueles que tentam furá-lo. As concentrações nas portas dos quartéis também perderam força, mas ainda se mantém pedindo o golpe militar. Os manifestantes usam das mais variadas formas de atrair a mídia corporativa ou progressista, sejam pelo grotesco ou pitoresco, seja pelo aspecto intimatório às instituições, principalmente pelas frequentes agressões de personagens alvo como os ministros do STF em Nova York ou o deputado Rodrigo Maia na Bahia. Frequentemente algumas manifestações passam a ser violentas, com uso inadequado de artefatos explosivos e até mesmo a atos de sabotagem a bens públicos.

manifestações cada vez mais violentas de bolsonaristas

Além da campanha dos golpistas, há a também campanha da imprensa contra o pré-governo Lula, que criticou os pretensos arroubos de fome de poder da primeira Dama e a questão do avião que levou Lula ao Egito para participar da COP27.

A pressão da mídia sobre Lula tenta atingir futura primeira dama

Mas se desenvolve também uma violenta campanha, muito mais séria, da burguesia financeira contra as prioridades do Governo Lula, devidamente amplificada pelos ex-integrantes de governos anteriores e divulgada freneticamente pela chamada imprensa golpista.

ex-integrantes do Governo FHC usam do argumento fiscal para bloquear novo governo

Essa campanha tomou rumos ainda mais importantes quando se vê a movimentação de grupos financeiros internacionais e da imprensa econômica, mas principalmente do próprio Governo Biden contra o Governo Lula. A aceleração da saída do ex-presidente do Banco Interamericano de Investimento e a “eleição” do novo presidente nas barbas do novo governo foi uma verdadeira operação de guerra, com participação não apenas do pretenso “amigo” americano do Lula, mas também do peso do próprio Governo argentino, cujo presidente , Alberto Fernandes há pouco esteve reunido com Lula. Encontrando resistências do Governo Lula de indicar um neoliberal como ministro da Fazenda, as forças internacionais do chamado “mercado” escolheram um quadro neoliberal brasileiro, para impedir que o BID se torne uma alavanca externa para as propostas sociais e econômicas do Governo Lula.

BID: alavanca ou obstáculo para o Governo Lula?

A última iniciativa golpista mais séria, no entanto, veio do próprio ainda atual Governo, que, juntamente com o presidente de seu partido , o PL, apresentou uma pretensa “auditoria” das urnas eletrônicas , cujo resultado final é a afirmação de que ele, Bolsonaro , é que ganhou as eleições. Embora a iniciativa não se sustente de forma lógica, pois as urnas a serem expurgadas também foram utilizadas no primeiro turno, significa uma mudança clara de estratégia do Governo, que havia de início aceito o resultado das eleições. A situação , em função disso, se torna imprevisível, sendo esse, aliás o “modus operandi” do atual presidente. Como decorrência desta mudança ele poderá, por exemplo, cancelar o processo de transição e começar a formar o seu novo governo. E terá apresentado argumentos fundamentais para que possa se negar a entregar o governo para Lula, que , afinal, não teria sido eleito. De qualquer forma, mesmo que prossiga respeitando o processo de transição de governo, alimenta as manifestações golpistas com tais procedimentos jurídicos.

Caminho jurídico para Bolsonaro negar os resultados eleitorais continua bloqueado pelo TSE

Os setores progressistas, a esquerda em geral tem de se mobilizar de forma permanente até a posse dia 1o. de Janeiro. Ao contrário do que gostaríamos, a vitória obtida com tanta garra e luta pode não estar garantida. A única forma de tentar impedir que os vários golpistas em ação sejam vitoriosos é o enfrentamento político e popular, nas instituições e nas ruas. E, infelizmente, não é isso que está acontecendo.

Mobilização é o único caminho certo para garantir eleição e avançar nas propostas do novo governo

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