Todo apoio às ocupações do MST

Neste mês de abril, o MST tem realizado várias ocupações de terra em favor da implantação de um Plano Nacional de Reforma Agrária. O ministro da Agricultura do Governo Lula, Carlos Fávaro, declarou que os proprietários de terra devem reagir armados.

O Ministro Padilha, das Relações Institucionais afirmou que as invasões não podem prejudicar as plantações.

Estas afirmações são incompatíveis com os objetivos definidos pelo próprio Governo Lula de priorizar as ações em favor da população de menor poder aquisitivo e das lutas dos movimentos populares.

É preciso uma atitude concreta do Governo Lula que explicite sua política em relação aos protestos do MST contra a atual situação do setor agrário. O que se vê é uma concentração cada vez mais da propriedade da terra, que tem, em grande parte, sua origem na expropriação do pequeno agricultor de suas terras.

Dessa forma, a mobilização do MST para que o Governo aprove e implemente um Plano Nacional de Reforma Agrária tem toda razão de ser. A escolha do mês de Abril para essa mobilização se dá em função da lembrança do massacre de Carajás, onde tomaram mortos inúmeros trabalhadores sem terra, pela utilização da repressão armada por parte das forças policiais por um governo civil e em pela transição da ditadura à democracia. Essa repressão armada se dá hoje, diariamente, no campo , determinando também a perda da vida por trabalhadores rurais em luta pela Reforma Agrária. Por isso o Governo Lula, ao invés de tomar partido contra a mobilização dos trabalhadores deve adotar medidas que levem ao fim dessa violência e à punição exemplar desses criminosos.