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Economia

Israel: vitória ou derrota?

Por Ricardo Rabelo

Apenas alguns dias após o início do massacre militar da  palestina, liderada pelo Hamas  por Israel, o país sionista arca com grandes custos económicos por essa empreitada .De acordo com dados publicados na imprensa  4,6 bilhões de shekels [1,1 bilhões de dólares] é o preço pago pela economia israelense em função do  não comparecimento dos trabalhadores ao trabalho e da baixa produtividade nas empresas. De acordo com o departamento econômico do Sindicato das Indústrias de Israel, o fechamento do sistema de ensino, o bloqueio das vias de tráfego e a mobilização extensiva dos reservistas do exército também prejudicaram a produtividade econômica. Calcula-se que cerca de 1,3 milhões de trabalhadores israelitas não foram trabalhar nestes últimos dias.

No sul de Israel, cerca de 85 por cento dos trabalhadores se ausentaram dos seus empregos, juntamente com cerca de 20 por cento dos trabalhadores no resto de Israel.O diretor do do Sindicato das Indústrias   e da Associação de Empregadores e Empresas, Ron Tomer, afirmou que “não há dúvida de que a guerra constitui um duro golpe  para a economia”. De acordo com um influente jornal israelense   haverá “danos financeiros adicionais e muito significativos, que só serão avaliados  no final dos combates, como danos diretos às fábricas e danos à rentabilidade”.

Além da redução da produtividade, a economia de Israel sofrerá danos indiretos, tais como danos à reputação das empresas israelitas com clientes no exterior, cancelamento de transações, dificuldades de cumprir prazos e desvalorização do shekel.No caso de haver uma ampliação do conflito para incluir não apenas o Hamas, mas também o Irã, um importante apoiador dos palestinos, a Bloomberg calcula que  os preços do petróleo poderão subir para 150 dólares por barril e causar uma recessão global que retirará pelo menos 1 bilhão de dólares à produção mundial.

O envolvimento iraniano no lado palestiniano poderá acarretar  um corte na produção de petróleo e um endurecimento das sanções ocidentais que dificultem as vendas de petróleo iraniano.Bloomberg observa ainda que um choque petrolífero desta dimensão também inviabilizaria o esforço mundial para controlar a inflação. Nos EUA, a meta de inflação de 2% do Federal Reserve não seria cumprida e a uma gasolina com preços muito altos poderia ser impopular o bastante para afetar a campanha de reeleição do Presidente Joe Biden.

Outra possibilidade é que o Irã feche o Estreito de Ormuz, o corredor energético mais importante do mundo. Globalmente, mais de um sexto do petróleo e um terço do gás natural liquefeito passa pelo estreito. De acordo com Henning Gloystein, diretor de energia, clima e recursos do Eurasia Group, há uma tensão nos mercados de gás e petróleo, e isso poderá evoluir para uma crise de grandes proporções. A crise no Oriente Médio vem se somar à guerra na Ucrânia, os cortes do fornecimento de gás russo e as sanções sobre o patamar de preços do petróleo. 

Talvez por existir este quadro desastroso para a economia istraelense , os sionistas tentem tirar proveito da invasão de  Gaza.O fato é que  existem reservas significativas de gás ao largo da costa de Gaza , que foram descobertas em 2000. Cerca de 60% delas pertencem à Palestina. O grupo BG (British Gas) perfurou dois poços: Gaza Marine-1 e Gaza Marine-2.A empresa estima que as reservas rondam os 1,4 bilhões de pés cúbicos, avaliadas em cerca de 4 bilhões de dólares, embora possam ser muito maiores.

A questão da soberania sobre os campos de gás de Gaza é o que mais preocupa Israel. As reservas pertencem à Palestina do ponto de vista jurídico, mas Israel está se apoderando dessas reservas e estabelecendo o seu controle para explorá-las em favor da economia israelense. O grupo Britsh Gas está em contato direto com o governo de Tel Aviv e ignora o governo do Hamas no que diz respeito aos direitos de exploração dos campos de gás e mais o que for encontrado no litoral de Gaza. Em 2006, a British Gas estava prestes a assinar um acordo para transportar gás para o Egito. O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, interveio em nome de Israel para contornar o acordo com o Egito.  A ocupação militar de Gaza e o massacre da população palestina  tem também o objetivo de cometer um grande roubo: transferir a soberania sobre os campos de gás para Israel, em violação do direito internacional.

A Economia de Israel 

  De acordo com dados divulgados pelo Banco Mundial, em 2021, o Produto Interno Bruto (PIB) de Israel  foi de US$ 488,5 bilhões e, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), Israel ocupou a 14ª posição no ranking de países pelo PIB per capita de 2022, à frente de Alemanha, Reino Unido, França e Itália. Entre 133 países listados no Atlas da Complexidade Econômica, de Harvard, Israel fica em 21º.

Quando se observa a economia do país, sobretudo do ponto de vista da exportação, predomina a venda de itens de tecnologia de informação, do setor de serviços. É uma economia relativamente complexa do ponto de vista de sua vinculação com o comércio internacional. A indústria de Israel, conforme dados do governo, se concentra nos produtos manufaturados com alto valor agregado, baseados principalmente em inovações tecnológicas como equipamentos eletrônicos para a área médica, agro -tecnologia, telecomunicações, hardware e software, energia solar, processamento de alimentos e química fina.

Em uma região marcada pela escassez de água, a agricultura representa 2,4% do PIB e 2% das exportações do país. Conforme dados oficiais, Israel produz 93% de sua necessidade de alimentos, complementada pela importação de grãos, oleaginosas, carne, café, cacau e açúcar, que são compensados por uma ampla gama de produtos agrícolas para exportação.

A economia de Israel é bastante diversificada e industrializada e estimula muito a inovação, a pesquisa e o desenvolvimento de novas técnicas de agricultura e abastecimento de água, o que é essencial para sobreviver em um clima desértico. O governo investe 5% do seu orçamento para pesquisa e desenvolvimento e, além disso,  a iniciativa privada investe um valor igual ou maior que o investimento público. O resultado é que Israel exporta principalmente tecnologia.

Mas, segundo estudos de uma ONG, 27% dos israelenses estavam abaixo da linha da pobreza no final de 2022.  Apesar da renda per capita elevada, cerca de US$ 52 mil ao ano, o país é marcado por desigualdades. Enquanto os 10% mais ricos têm renda de US$ 220 mil, os 50% mais pobres têm renda de US$ 11 mil. Ou seja, 10% da população tem uma renda vinte vezes maior que metade da população. São dados de desigualdade muito parecidos com os dos Estados Unidos. É uma sociedade muito desigual.

As relações econômicas entre Israel e a China têm se fortalecido ao longo dos anos. A China é o segundo maior parceiro comercial de Israel, atrás apenas dos Estados Unidos, e o maior parceiro comercial no Leste Asiático. O volume de comércio entre os dois países aumentou de US$ 50 milhões em 1992 para mais de US$ 15 bilhões em 2023. Israel importa da China maquinaria e equipamentos eletrônicos, bens de consumo, produtos químicos e recursos como metais. Por outro lado, Israel exporta para a China componentes eletrônicos de alta precisão, diferentes tecnologias e equipamentos médicos. 

Por isso os EUA tem expressado  sua insatisfação com os laços de Israel  com a China em áreas relacionadas à tecnologia, a participação chinesa em projetos de infraestrutura, investimentos chineses nas principais empresas e exportações israelenses de alta tecnologia para a China. A partir de 2019, o então conselheiro de segurança nacional John Bolton encorajou Israel a adotar uma postura mais dura contra as empresas petrolíferas, de equipamentos de telecomunicações chineses ZTE e Huawei. Até 2019 Israel  expandiu suas relações comerciais com a China, abrindo o mercado chinês para produtos israelenses e buscando atrair  investimentos chineses. A pressão dos EUA levou Israel a criar um comitê especial em 2019 para restringir os investimentos chineses no país. 

A Indústria militar de Israel

De acordo com um relatório do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri), entre 2018 e 2022, a ampla maioria – 99% – das importações de armas de Israel veio dos EUA e da Alemanha. Nesses quatro anos, Israel importou US$ 2,7 bilhões em armas, com a maior parte – 79% – vinda dos EUA (US$ 2,1 bilhões) e 20% da Alemanha (US$ 546 milhões). A relação amistosa dos EUA com Israel  materializou-se  no fornecimento  de 246 bilhões em ajuda militar e económica ao país desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Em 2016, essa relação de Washington com Tel Aviv foi ainda mais aprofundada no governo Obama com um projeto de 10 anos (2019-2028), envolvendo US$ 38 bilhões em ajuda militar a Israel, significando mais de US$ 3 bilhões anuais.

Em 2022, dois anos após os Acordos de Abraão, mediados pelos EUA, que normalizaram as relações entre Israel e EUA, Bahrein, Marrocos e Sudão, a indústria de defesa israelense viu um aumento sem precedentes nas exportações, totalizando US$ 12,5 bilhões, um recorde desde o estabelecimento de Israel, há 75 anos. O maior valor oi de exportações de drones, que representaram 25% desse total e um salto significativo em relação aos 9% em 2021. Mísseis e sistemas de defesa aérea vieram logo atrás, representando 19% das vendas de armas israelenses, enquanto radares e sistemas de guerra eletrônica contribuíram com 13%.

Um relatório divulgado pelo Ministério da Defesa israelense revela os ganhos financeiros que a normalização criou para a indústria armamentista do Estado de ocupação: só em 2022, 24% (equivalente a US$ 3 bilhões) das exportações militares israelenses chegaram a países árabes que formalizaram relações com Tel Aviv. Isso marcou um aumento notável em relação aos 16,5% do ano anterior. Em 2021, só o Bahrein e os Emirados Árabes Unidos responderam por 7,5% (US$ 853 milhões) das exportações de armas de Israel. Os países árabes signatários dos Acordos de Abraão são o terceiro maior grupo de países importadores de armas israelenses, seguidos pelos da Ásia-Pacífico (30%) e Europa (29%).

A Economia da Guerra

Em recente discurso, o presidente norte-americano Joe Biden, afirmou que os Estados Unidos estarão mais seguros se ajudarem Ucrânia e Israel. Ele descreveu isso como um “investimento inteligente que pagará dividendos à segurança americana durante gerações”

Talvez não seja por tanto tempo, mas é certo que a macabra  aliança entre Biden e Netanyahu favorece grandes empresas dos EUA a obterem muitos lucros com a guerra na Palestina –  e também o movimento sionista internacional, que governa Israel. Lockheed Martin, RTX (Raytheon Technologies), Northrop Grumman, Boeing e General Dynamics estão sempre satisfeitas com o avanço da guerra no mundo pois elas são as  empresas que mais lucram com a fabricação de armas e equipamento militar em todo o mundo.

Muitas delas fazem parceria com empresas israelenses, e são responsáveis por grande parte dos gastos anuais  de Israel  de  US$ 23,4 bilhões com sua estrutura militar, o equivalente a 4,5% do PIB do país em 2022. Para  2023 o governo israelense obteve mais US$ 3,8 bilhões dos EUA para compra de armamentos  e nem por isso deixou de requisitar mais  US$ 10 bilhões para a “luta contra o terrorismo do Hamas”. Tem razão Biden: os recursos investidos  geram polpudos lucros para o famoso “complexo industrial militar “ dos estadunidenses.

As Forças do Mal

As ironicamente autointituladas Forças de Defesa de Israel (IDF) têm um enorme estoque de equipamento militar que pode ser suficiente para exterminar os palestinos várias vezes. Israel arregimenta perto  de 170 mil soldados na ativa, ao que se somam os  360 mil reservistas. O serviço militar no país é obrigatório para todos os cidadãos, sendo de dois anos para as mulheres e três para os homens. Não se sabe ainda qual será a reação desse enorme contingente se for efetivamente mobilizado, pois como nos Estados Unidos, a população não quer saber de ter de receber os famosos sacos plásticos contendo cadáveres de soldados abatidos na linha de frente.  A grande arte da guerra israelense, portanto,  é a tecnologia e nos equipamentos de guerra fornecidos, sobretudo, pelas gigantes estadunidenses.

As Forças do Mal são equipadas com 2,2 mil tanques, 600 aeronaves – incluindo caças – e 67 navios de guerra. Para os ataques pela via área- a forma preferida por Israel para bombardear os civis palestinos -existem  27 caças F-35 de quinta geração e 175 F-15 e F-16 para uso imediato. O grande segredo militar de Israel envolve pelo menos  90 ogivas nucleares capazes de fazer parecer o ataque dos EUA a Hiroshima e Nagasaki brincadeira de criança.

Para essa operação atual de massacre dos palestinos os  EUA acrescentaram dois enormes e modernos porta-aviões o “USS Gerald Ford” e o “USS Eisenhower” -posicionando-os  no mar Mediterrâneo, para ameaçar o Irã e a guerrilha do Hezbollah. Para fazer uma alegre companhia a essas potentes máquinas mortíferas, os EUA providenciaram destroieres, cruzadores, submarinos e outras embarcações de guerra.

Fazer Lucros através da guerra

Muita gente ficou super feliz com o massacre em Gaza, porque a indústria militar, que chegou a apresentar prejuízos tempos atrás, não deixa de apresentar uma ótima performance e lucros crescentes para os grandes fundos de investimentos e acionistas de Wall Street. As ações da Lockheed Martin, Raytheon, Boeing, Northrop Grumman e General Dynamics valorizaram 12,78% após o início da guerra entre Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky.

A Boeing, produtora dos caças F-15 vendeu em 2020, US$ 2,4 bilhões para Israel e em fevereiro de 2021 atendeu encomendas do Ministério de Defesa de Israel no valor de US$ 9 bilhões. A Boeing é responsável pelas bombas GBU-39 e GBU-31, que são usadas para atacar os alvos em Gaza.

Produtora dos mísseis utilizados pelos  F-15 e F-35,  a RTX (Raytheon Technologies)  teve aumento de seus lucros em mais de 4%  a partir do início dos bombardeios de Israel na faixa de Gazas. A Raytheon associou-se à Rafael Advanced Defense e à Israel Aerospace Industries na fabricação famoso Domo de Ferro, sistema de defesa aéreo que foi derrotado pela ofensiva do Hamas. Considerada a maior  empresa de produção de armamento do mundo, a Lockheed Martin se associou à  Northrop Grumman para fabricar o F-35. A Northrop, que também fabrica satélites, registrou aumento de 10,6% no preço de suas ações após o início do conflito na Palestina. Outra grande empresa do setor, a  General Diynamics, que fabrica as bombas Mark 84, além de tanques, navios e equipamentos de comunicação, teve um crescimento de 8,1% no preço de suas ações com a matança em Gaza.

Um marco para a Resistência Palestina

Cinquenta anos depois do audacioso ataque surpresa de 1973 lançado pelos exércitos árabes egípcios e sírios contra Israel, o 7 de Outubro tornar-se-á uma data gravada na memória de Israel. Isso não apenas para os ousados ganhos militares palestinos na Operação Al Aqsa Flood, mas também como o momento em que as forças de resistência desferiram um golpe retumbante na hegemonia ocidental, desmantelando a imagem antes aparentemente impermeável do “poderoso Israel”. Na região, isso não era visto desde julho de 2006, quando a resistência libanesa, o Hezbollah, frustrou todos os objetivos militares de Israel em sua guerra de 33 dias contra o Líbano.

Esta fama de invencível do Estado israelita foi colocada em questão pela primeira vez em 17 anos. Hoje, um Israel muito menos confiante, foi obrigado a pedir ajuda militar aos seus patrocinadores ocidentais.

Porque Israel ainda não invadiu Gaza

Israel se preparou há alguns dias para uma invasão terrestre da Faixa de Gaza, com a convocação de centenas de milhares de soldados de reserva. No entanto, sabe-se que há uma disputa entre os setores militar e político do governo israelense sobre a profundidade que deveria ter uma operação dentro de Gaza. A principal divergência se dá em torno de saber se Israel deve concentrar-se na tentativa de enfraquecer o Hamas ou procurar uma derrota total do grupo de resistência e da sua extensa rede de infraestrutura dentro da faixa. 

Ehud Olmert, antigo primeiro-ministro israelita, colocou-se contra a invasão alegando que o resultado pode não ser bom e que uma invasão da faixa é muito complexa. A Bloomberg informou que Washington está preocupado com a falta de uma estratégia adequada e de um plano coerente para a invasão terrestre. Tem havido preocupações de que o ataque terrestre poderia desencadear uma guerra regional que possibilitaria o surgimento de várias  frentes contra Israel.  Há dias  o canal de notícias israelense  Canal 10 afirmou que houve deserções em massa entre soldados e comandantes, já que muitos teriam manifestado relutância em participar na guerra. Segundo o jornal de Israel Hayom , muitos reservistas queixaram-se de escassez de equipamento e deficiências nos preparativos do exército. 

O setor militar do Hamas, as Brigadas Al-Qassam, divulgou recentemente um vídeo mostrando muitos combatentes armados e totalmente preparados, com uma mensagem que diz: “Isto é o que vos espera em Gaza”. À medida que a invasão terrestre enfrenta um impasse, os aviões de guerra israelitas continuam a atacar fortemente a população civil da Faixa de Gaza,  obrigando-a   um deslocamento para o Sul, que parecia  levar ao antigo plano israelense de forçar os  palestinos a emigrarem para o Egito.  Mas Ismail Haniyeh, chefe do gabinete político do Hamas, disse durante um discurso que a “decisão palestina é permanecer nas nossas terras”, acrescentando que os habitantes de Gaza não fugirão para o Egito. Por outro lado , o deputado egípcio, Mustafa Bakri, disse à TV Al-Arabiya que o Cairo lutará contra este plano.

O massacre a que Israel submete a população palestina de Gaza parece revelar que é uma questão de tempo a derrota total da resistência palestina. Mas as contradições que Israel enfrenta tanto econômicas como militares mostram que há limites objetivos para a continuidade de sua dominação absoluta sobre os palestinos. Por outro lado, o isolamento político e diplomático de Israel é evidente, e  a impopularidade de Benjamin Netanyahu  não garante que o regime possa prolongar exageradamente este massacre da população palestina. Uma reação vitoriosa da resistência palestina não pode ser descartada, pois a tempestade de Al-Acsa, mostrou as debilidades de Israel e do próprio imperialismo em conseguir derrotar totalmente uma população que ganha cada vez mais solidariedade internacional e até mesmo de setores da própria sociedade israelense.

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