Infoecosys: contra o neoliberalismo, o fascismo e imperialismo. A favor dos trabalhadores: um novo Brasil é possível !

Polêmica

O controle das Big Techs pelo sionismo de Israel – Parte I

Por Ricardo Rabelo

                É  sabido o grande controle que Israel mantém sobre as informações divulgadas pela imprensa mundial sobre o genocídio praticado contra os palestinos. Esse controle é muitas vezes baseado nas relações que o sionismo mantém com os órgão de imprensa mundial  e no grande poder de pressão que as organizações sionistas tem sobre a imprensa. Estas organizações sionistas  sempre procuram  classificar como anti semitismo as críticas as ações de Israel, mesmo aquelas onde é evidente os crimes contra a humanidade cometidos.

                Um dos meios mais eficientes para se impedir que notícias e informações antissionistas sejam divulgadas é a censura e o cerceamento às atividades das empresas e/ou indivíduos  nas redes sociais da Internet. Os instrumentos utilizados são a retirada de informações, pura e simples,  o cancelamento de contas ou a desmonetização de canais que prejudicam empresas ou indivíduos que atuam profissionalmente nas redes e dependem da renda de anúncios compartilhados pelas redes para sobreviver ou obter lucros.

                Seja qual for o mecanismo utilizado, a “punição” é justificada pelo descumprimento pelo usuário das chamadas “regras da comunidade”, mas não há nenhum mecanismo democrático para o estabelecimento dessas regras.  Estabelece-se, assim, uma verdadeira ditadura das redes, que podem simplesmente  deslegitimar e punir a divulgação das informações verdadeiras contra Israel. Não há nenhuma lei que autorize esse procedimento, mas sendo a empresa que oferece o serviço privada, admite-se que ela pode aceitar ou não na “comunidade” esse ou aquele usuário ou o conteúdo veiculado por esse usuário.

                Se formos fazer um paralelo com os meios de comunicação tradicionais como a TV, rádio ou a imprensa corresponde a tirar do ar um determinado canal porque o dono do meio de transmissão não concorda com as notícias ou informações veiculadas. No caso da imprensa seria simplesmente não rodar o jornal por causa daquela informação rejeitada pelo dono da gráfica que o imprime. Mas quando se descobre que esse dono da gráfica  ou do transmissor de tv é parte politicamente interessada trata-se pura e simplesmente de fascismo. Ou será sionismo?          

             Youtube 

                Para a Liga Anti- Difamação Israelense  o Youtube  é um dos  seus “órgãos confiáveis”. O popular site de vídeos informais   aceita que  as organizações como a Liga possam  “denunciar conteúdo que infrinja suas diretrizes da comunidade”, facilitando a censura rápida por meio da supressão ou até mesmo da remoção total  de um vídeo.

Esta relação íntima entre  o YouTube e uma entidade como a Liga AntiDifamação que é claramente sionista certamente explica alguns fatos ocorridos recentemente. Um vídeo de fevereiro de 2022 da Anistia Internacional, no qual a organização de direitos humanos elucida meticulosamente sua determinação de que o tratamento dado por Israel aos palestinos atende inequivocamente aos critérios para o apartheid foi sumariamente tornado “não pesquisável” atendendo a pedidos de  órgãos sionistas. Isso sem falar na perseguição que está sendo feita ao jornalista Breno Altman por sua postura crítica ao estado de Israel, apesar de ser judeu.

Ao longo da tenebrosa campanha de Israel em Gaza, anúncios de desenhos animados patrocinados por Tel Aviv estrategicamente direcionados a crianças e seus pais se espalharam. Esses clipes, que visam evocar simpatia pelos sionistas, agora prefaciam inúmeros vídeos do YouTube, especificamente aqueles com alta probabilidade de serem vistos pelo público mais jovem.

O  YouTube nomeou o veterano empresário de hip-hop Lyor Cohen como chefe global de música da plataforma de streaming em setembro de 2016. Cohen já foi descrito como um “famoso israelense que comanda a indústria do rap” pelo astro do hip-hop Mos Def.

Cohen vem de Nova York, onde nasceu em uma família com laços profundos com o grupo terrorista sionista Haganeh, e principalmente sua infame Brigada Harel, que desempenhou um papel fundamental na trágica Nakba de 1948 . Seus anos de formação incluíram uma residência em Kfar Haim, em um assentamento sionista na Palestina com o nome de Haim Arlosoroff. Arlosoroff negociou acordos financeiros com as autoridades alemãs nazistas na década de 1930, facilitando a transferência de judeus alemães e seus bens para a Palestina.

A carreira de Cohen é manchada por um histórico preocupante de censura a vozes pró-palestinas. Durante seu mandato com a icônica gravadora de hip-hop Def Jam no final dos anos 1980 e início dos anos 1990, numa decisão muito questionada decidiu demitir o Professor Griff, um muçulmano, do grupo de rap Public Enemy devido às críticas francas de Griff a Israel. Mais recentemente, enquanto estava na Warner Music, Cohen foi acusado de obstruir deliberadamente a promoção e o lançamento de um álbum de Lupe Fiasco, um artista conhecido por seu apoio inabalável à luta palestina.

O chefe de marketing da plataforma, Riki Drori, já atuou como oficial de comunicação dentro das Forças de Ocupação de Israel (IOF). Enquanto isso, Netta Gross que ocupou vários cargos de alto escalão no Google e no YouTube desde 2012 ,  atuou como oficial de satélite das Forças de Ocupação de 2003 a 2006. Naama Citron, outra veterana do Google e do YouTube, atualmente atua como líder de estratégia de produto deste último, mas seu histórico inclui quatro anos como agente de inteligência israelense, durante os quais liderou uma “equipe profissional de pesquisa e análise composta por sete soldados”. Dror Oren, diretor sênior de produto do YouTube, possui um passado como analista sênior das Forças de Ocupação de 1994 a 2000.

Para dizer o mínimo, estes indivíduos muito provavelmente nutrem simpatias pela causa sionista,  e podem estar mais do que dispostos a atender, se não endossar ativamente, as diretrizes relativas à remoção ou supressão de vídeos. Isso ocorre no contexto atual  da atuação sinistra das Forças de Ocupação israelenses em um massacre por bombas aéreas aos palestinos de Gaza.

Elon Musk pôs fim ao programa de “bandeira de confiança” do próprio Twitter, que incluía a Liga Antidifamação, impondo limitações à capacidade do lobby israelense de controlar a disseminação de conteúdo que lançe luz sobre as facetas genocidas do sionismo. Consequentemente, a necessidade de escalar os esforços de censura em outras plataformas torna-se ainda mais acentuada. A ideologia sionista pode estar por trás, portanto, das tão democráticas “regras da Comunidade”.

Twiter/ X

A plataforma de mídia social X (anteriormente conhecida como Twitter) está trabalhando com uma empresa de tecnologia israelense para verificar os assinantes do BlueTick, levantando suspeitas de que os dados pessoais dos usuários podem cair nas mãos do governo israelense ou do setor privado, ambos com um longo histórico de roubar ilegalmente dados de usuários, incluindo do próprio X, e espionar aliados e adversários.

Em agosto, a pesquisadora de aplicativos Nima Owji X informou  que o X estava testando recursos de verificação de identidade. Em setembro, X oficializou os rumores e divulgou informações sobre os meios de verificação. O processo requer o upload de uma foto de seu documento de identidade junto com uma selfie, com os dados sendo compartilhados com a AU10TIX, uma empresa israelense de verificação de identidade fundada por ex-funcionários da inteligência israelense que armazena os dados por 30 dias antes de, de acordo com X, eles serem excluídos.

De acordo com X, AU10TIX exclui imagens de IDs de usuário armazenados dentro de 72 horas após recebê-los, e as selfies são excluídas após o recebimento dos resultados do processamento. X observa que ele coleta dados faciais, bem como outros dados extraídos do ID de um usuário. O processo de verificação é opcional para assinantes e atualmente está disponível apenas para indivíduos e não empresas ou organizações.

X afirma que o rótulo verificado ajudará a autenticar contas de usuário, evitando a falsificação de identidade. Eles também oferecem outros benefícios aos usuários verificados, como uma verificação de ID visivelmente rotulada ao clicar em uma marca de seleção azul, bem como suporte com prioridade ao usuário. A empresa também promete benefícios para os usuários dispostos a enviar seus dados para a empresa israelense, incluindo um processo de revisão simplificado e maior flexibilidade para fazer alterações na foto de perfil, nome de exibição ou identificador de um usuário.No entanto, vários especialistas em direitos digitais alertaram para as possíveis implicações que esse desenvolvimento pode ter.

O que é a Au10tix?

A Au10tix está localizada em Israel e tem um histórico bem documentado de vigilância militar e coleta de inteligência. Esta associação levanta questões sobre as potenciais implicações para a privacidade do usuário e a segurança de dados.

Outros analistas alertaram que os procedimentos de verificação podem levar Israel a comprometer informações confidenciais. Será um dano deliberado e definitivo para os usuários comuns se for usado, e/ou abusado, por Israel, e é muito provável que o seja.

Quem está por trás Au10tix?

                A Au10tix foi fundada em 2002 como o braço tecnológico da empresa de segurança holandesa ICTS International, que foi fundada por ex-membros da agência de segurança israelense, Shin Bet, e ex-funcionários de segurança da companhia aérea israelense, El Al.

O seu fundador e atual presidente, Ron Atzmon, serviu na famigerada unidade 8200 do Shin Bet, que vigia palestinos e usa as informações para perseguição política, além de semear divisão na sociedade palestina, identificando potenciais informantes. A unidade é amplamente conhecida por canalizar seus veteranos para o setor israelense de alta tecnologia. Ex-oficiais de da Unidade 8200 fundaram mais de 1.000 empresas, sendo que 80% das empresas israelenses de tecnologia cibernética foram criadas por ex-integrantes da Unidade  8200.Atzmon não é o único membro da equipe AU10TIX a fazer parte da unidade de inteligência de elite. Na verdade, vários engenheiros da empresa trabalharam na unidade 8200.

A liderança da empresa também está repleta de ex-soldados israelenses. O vice-presidente de gerenciamento de produtos da AU10TIX, Nir Stern, serviu na Força Aérea Israelense. Avidan Lamdan, vice-presidente de pesquisa e desenvolvimento, trabalhou como engenheiro no exército israelense. O conselheiro geral da empresa, Udi Abrão, trabalhou como capitão militar israelense, além de trabalhar por cinco anos na Elbit Systems, a maior fabricante de armas de Israel que municia as forças armadas de Israel. Elad Elazar, vice-presidente de pré-vendas, era um major das Forças Armadas israelenses. E o chefe da AU10TIX para a Ásia-Pacífico, Rom Amir, era um tenente do exército israelense.

Como as big techs imperialistas ajudam na vigilância e controle dos palestinos

Parece mesmo o famoso 1984, que agora talvez passe a se chamar 2023. Por todo lado há armas que utilizam Inteligência artificial na Palestina. Há uma em um posto de controle militar na cidade ocupada de Hebron, na Cisjordânia e outra  implantada na entrada do campo de refugiados de Aida, em Belém. Há câmeras de vigilância instaladas nas esquinas. Na Cisjordânia, os soldados israelenses usam aplicativos de varredura facial para capturar dados pessoais de palestinos  que podem vir a  ser presos nas violentas prisões israelenses. O inimigo israelense  ganha aliados totalmente servis e eficientes para facilitar o seu domínio sobre os palestinos.  

O Who Profits, um centro de pesquisa israelense que documenta as ligações do setor privado com a ocupação israelense, divulgou um relatório em maio sobre o papel das empresas multinacionais de tecnologia na facilitação das violações de direitos humanos em Israel.  Há no meio de inúmeras empresas israelenses e internacionais na ocupação israelense, quatro  que são muito conhecidas e muito usadas no nosso dia a dia: Microsoft, IBM, Cisco Systems e Dell Technologies.

Microsoft

De acordo com a Who Profits, a multinacional de tecnologia Microsoft – uma das maiores empresas de TI do mundo – tem uma longa história de colaboração com o exército israelense e a indústria de tecnologia. Por exemplo, o aplicativo “Al Munaseq” (o coordenador em árabe) é executado no Microsoft Azure, plataforma da empresa para serviços de computação em nuvem. Ele foi desenvolvido pelo Ministério da Defesa de Israel e é usado para gerenciar permissões para os palestinos circularem na Cisjordânia ocupada e em Gaza.

O aplicativo pode acessar o endereço IP, a câmera, os arquivos e a localização do telefone do titular da permissão. Também na área de educação a Microsoft ajuda os militares da Força de Ocupação. Atualmente, a empresa oferece cursos de Inteligência Artificial  para oficiais da unidade de “métodos de combate militar e inovação”. Também lançou recentemente cursos gratuitos de treinamento em segurança cibernética para veteranos e está fazendo parceria com os militares em um programa que ajuda estudantes do ensino médio a entrar em unidades de alta tecnologia nas Forças Armadas.

A principal aliança comercial da empresa é com os militares israelenses, mas também presta serviços aos assentamentos de colonos sionistas e ao governo de Netanyahu. Suas aplicações são usadas por alunos e professores nas escolas do assentamento Ma’ale Adumim. A Microsoft também trabalha com a Ariel University, a única faculdade israelense localizada em um assentamento de colonos sionistas, para fornecer uso gratuito de seus aplicativos e serviços de e-mail. A Ariel University também é uma faculdade reconhecida da Microsoft, oferecendo um curso Microsoft Certified Solutions Associate para os alunos.

Este ano, depois de muito atraso, a Microsoft planeja abrir seu primeiro data center em nuvem no Parque Tecnológico Modi’in, localizado entre Tel Aviv e Jerusalém. Estima-se que a corporação gaste de US$ 1 bilhão a US$ 1,5 bilhão no data center.

IBM

A empresa de TI e informática IBM trabalha com a Autoridade de População, Imigração e Fronteiras de Israel na operação do Sistema Eitan de banco de dados do Registro de População do governo. Este sistema informático armazena as informações pessoais dos palestinos e sírios que vivem sob ocupação israelita. Os dados armazenados são frequentemente usados para implementar as políticas discriminatórias de Israel.

As subsidiárias israelenses da IBM — Red Hat Israel e IBM Israel — colaboram extensivamente com as Forças de Ocupação. A Red Hat fornece  data centers de armazenamento baseados em software para várias unidades militares israelenses e está envolvida em projetos conjuntos nas divisões de Serviço de Computação e Defesa Cibernética. Em 2020, a IBM Israel se tornou a principal fornecedora de TI para três novos centros logísticos regionais militares.

CISCO SYSTEMS

A gigante de tecnologia Cisco Systems também lançou centros de tecnologia no Naqab, com dois localizados nas cidades beduínas palestinas de Hura e Ar’arat al-Naqab. Esses hubs, juntamente com o centro cibernético da IBM, são parte dos esforços de Israel para estabelecer o Naqab  para israelenses judeus expulsando a comunidade nativa de palestinos. Como parte dos planos para “judaizar” a área, os militares israelenses construíram seu maior data center subterrâneo de tecnologia da informação e comunicação no deserto, completo com os sistemas de computação, comunicação, segurança cibernética e balanceamento de carga da Cisco Systems.

DELL TECHNOLOGIES

Este ano, a gigante de eletrônicos Dell Technologies ganhou uma licitação de mais de US$ 150 milhões do Ministério da Defesa de Israel para fornecer aos militares servidores, serviços de manutenção e outros equipamentos. Em 2021, a subsidiária israelense da Dell, VMware Israel, garantiu um contrato para fornecer à polícia israelense seus produtos de agosto de 2021 a janeiro de 2027.Os serviços virtuais da VMware ajudam a executar o sistema de vigilância da Polícia de Israel em Jerusalém Oriental, conhecido como Sistema Mabat. Cerca de 400 câmeras de segurança foram instaladas em toda a Cidade Velha de Jerusalém, com a videovigilância monitorada 24 horas por dia, 7 dias por semana, por um centro de comando e controle da polícia.

Não é a toa que Biden defende as relações entre Estados Unidos e Israel como lucrativas por muitas gerações. O imperialismo lucra com as bombas que caem sobre os palestinos assim como as Big Tech que se envolvem cada vez mais com as indústrias militares e tecnológicas de Israel. Dessa forma colaboram ativamente com o apartheid tornando os  palestinos escravos controlados diuturnamente de forma digital.

Leave a Reply