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Polêmica

As Big Techs e o Sionismo – Parte II

Por Ricardo Rabelo

                Nosso artigo sobre esse tema tratou na sexta-feira (17/11/23)  da semana anterior das intimas relações entre as empresas de rede e multinacionais de informática com o sionismo. Hoje vamos trazer a questão do Google e a  Amazon e seu  tenebroso projeto Nimbus agenciado  pelo exército e o governo de Israel. Analisamos também o papel  da Unidade 8200 do exército israelense e o grande número de seus integrantes que tem altos cargos no Facebook, Google e Amazon. Apontamos a reação das multinacionais de informática contra  denúncias ao papel de Israel com relação aos palestinos e o papel de uma  agente da CIA na Wikipedia e órgãos do governo norte-americano.Apresentamos também as alternativas para  reagirmos  contra essas monstruosidades  cibernéticas que integram o imperialismo e o sionismo.

Google  e Amazon

A guerra de Israel contra os palestinos criou tensões dentro de grandes monopólios, como o Google. Um grupo de trabalhadores da holding de tecnologia denuncia que o Google está trabalhando com os sionistas e exige que os chefes da multinacional se posicionem contra o massacre que Israel está cometendo em Gaza.

Uma política antipalestina e islamofóbica prevalece no Google. No local de trabalho, palestinos, muçulmanos e árabes foram insultados e chamados de “terroristas” e “animais”. Os chefes do Google chegaram a perguntar aos trabalhadores que se solidarizaram  à Palestina se eles apoiavam o Hamas. Os trabalhadores expressaram preocupação com as famílias palestinas, muitas das quais estão sujeitas aos bombardeios criminosos do exército israelense.

Quando os trabalhadores tentaram arrecadar dinheiro para organizações de solidariedade à palestina, os chefes disseram que não podiam apoiar escolas e hospitais em Gaza porque abrigavam “terroristas”. Os trabalhadores relatam também que um executivo do Google era a favor de usar os vastos recursos da empresa para espionar seus funcionários e assediá-los internamente. Um engenheiro de programas, Sarmad Gilani, disse em entrevista ao New York Times que qualquer crítica aos militares ou ao governo israelense levaria  a acusações de antissemitismo por parte do Google.

O Projeto Nimbus

Em 2021, e também agora mais recentemente ,  trabalhadores do Google e da Amazon publicaram carta aberta pedindo às multinacionais que cancelassem o Projeto Nimbus. Os trabalhadores pedem que o Google pare de fazer negócios com um governo que pratica o apartheid.

O Projeto Nimbus é um projeto de computação em nuvem do governo israelense e seus militares. O Ministério das Finanças de Israel anunciou em abril de 2021 que o contrato visa fornecer “ao governo, ao setor de defesa e a outros uma solução abrangente de computação em nuvem”. Como parte do contrato, as empresas criarão sites locais em nuvem que “manterão as informações dentro das fronteiras de Israel sob diretrizes rígidas  de segurança “.O contrato vale US$ 1,2 bilhão e Google e Amazon foram selecionados para fornecer serviços de computação em nuvem aos sionistas, incluindo inteligência artificial e aprendizado de máquina.

As cláusulas do contrato proíbem a Amazon e o Google de interromper seus serviços devido às pressões do boicote BDS que está sendo implementado em todo o mundo. As empresas de tecnologia também estão proibidas de se recusar a fornecer serviços a certas instituições públicas israelenses.Os trabalhadores temem que o Projeto Nimbus leve a novos assassinatos de palestinos. Eles temem que a tecnologia permita uma maior vigilância dos palestinos e a coleta ilegal de dados sobre eles, facilitando a expansão dos assentamentos ilegais de Israel em terras ocupadas.

Ariel Koren, que trabalhava como diretor comercial de produtos educacionais do Google e era um opositor declarado do projeto, recebeu um ultimato: mudar-se para São Paulo em 17 dias ou ser demitido. Em uma carta anunciando sua renúncia, Koren escreveu que o Google “silencia sistematicamente vozes palestinas, judaicas, árabes e muçulmanas que estão preocupadas com a cumplicidade do Google em violações de direitos humanos de palestinos, a ponto de retaliar formalmente os trabalhadores e criar um ambiente de medo”, refletindo sua opinião de que o ultimato foi uma retaliação por sua oposição ao Projeto Nimbus.A carta dos trabalhadores do Google desencadeou uma ampla campanha de apoio com o slogan “Sem tecnologia para o apartheid”

URGENTE: Google e Amazon estão alimentando diretamente o ataque mortal de Israel a Gaza. Envie aos CEOs das empresas uma mensagem exigindo o fim imediato do Projeto Nimbus e de todos os contratos que alimentam esse genocídio. Use a ferramenta de mensagem abaixo para aumentar a pressão agora! 

https://www.notechforapartheid.com/.  Abaixo- assinado

https://youtu.be/cVQow02O5VM  Vídeo  Google e Amazon devem rejeitar o Projeto Nimbus.(em inglês)

Apoie o BDS: Boicote, Desinvestimento e Sanções – https://bdsmovement.net/pt

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Unidade 8200

Ex-militares israelenses e membros do governo de Tel Aviv ocupam altos cargos em muitas das plataformas mais importantes do mundo. Emi Palmor, por exemplo, é a primeira das 22 pessoas que fazem parte do conselho de supervisão do Facebook. Ela já foi diretora do Ministério da Justiça de Israel, que supervisiona a supressão dos direitos palestinos. Ela criou uma “Unidade de Política da Internet” que pressionou o Facebook a remover conteúdo palestino contra o governo israelense. É ela quem define as regras do Facebook, decidindo quais conteúdos devem ser promovidos aos 3 bilhões de usuários da plataforma, bem como o que deve ser censurado e removido.

Palmor é uma veterana da Unidade 8200, a unidade militar fascista do exército israelense, uma espécie de Agência de Segurança Nacional ao estilo americano e uma peça central da indústria de vigilância dos ocupantes, sem qualquer escrúpulo ou princípio moral.

A unidade 8200 espiona a população palestina, coletando extensos arquivos sobre milhões de pessoas, incluindo seus históricos médicos, vidas sexuais e históricos de busca, e depois usando-os para fins de extorsão, isto mesmo, extorsão. Os militares costumam usam de qualquer esquema típico de mafiosos , ao recrutar pessoas suspeitas de trair o cônjuge ou se envolver em atividades homossexuais  para, sob coação, agir como informantes. Um veterano admitiu que, como parte de seu treinamento, ele foi encarregado de memorizar diferentes palavras árabes para “gay” para que pudesse identificá-las em conversas. Esse é o verdadeiro compromisso de Israel com LGBTQI+ !

Os membros da Unidade 8200 projetaram muitas das ferramentas de espionagem mais fascistas do mundo, na linha do famoso Pegasus, que depois venderam aos governos. O Pegasus é um programa criado pela empresa israelense de cibersegurança NSO Group, que tem como função invadir celulares para espionar pessoas. É quase impossível detectar a sua presença.

Uma rede de centenas de veteranos da Unit 8200 ocupa cargos de gestão nas maiores empresas de tecnologia e mídia social, incluindo Google, Amazon e Facebook. Por exemplo, Gavriel Goidel, chefe de estratégia e operações de pesquisa do Google, foi anteriormente chefe da Unit 8200.O chefe de ciência de dados do Facebook, Eyal Klein, serviu por seis anos na Unidade 8200, onde subiu ao posto de capitão. Depois de servir na unidade, Ayelet Steinitz tornou-se chefe de alianças estratégicas mundiais na Microsoft. Trata-se do centro da estratégia sionista e fascista do governo israelense para vigiar e controlar as redes sociais, plantando seu pessoal em cargos estratégicos nas principais empresas do setor.

Uma agente da CIA na Wikipedia

A perseguição dos sionistas chega às feiras de tecnologia e revela uma super versátil agente da CIA. O CEO de uma das principais conferências de tecnologia da Europa, a Web Summit , Paddy Cosgrave foi forçado a renunciar depois de tuitar que “crimes de guerra são crimes de guerra, mesmo quando cometidos por aliados”. Houve uma reação de indignação típica de sionistas, por gigantes industriais e tecnológicos incluindo Siemens, Intel, Amazon, Meta e Google que declararam  que não participariam da conferência se o “perigoso” defensor dos palestinos não fosse removido.

Mas o fato teria passado desapercebido se ele não fosse substituído por uma perigosa, charmosa e versátil agente da CIA, especialista em operações de mudança de regime chamada  Katherine Maher, 40 anos,  que já ocupou cargos no Council on Foreign Relations, no Atlantic Council e no National Democratic Institute, famosos por seu currículo de promotores de golpes, atentados e guerras a serviço dos  EUA. Mahler  se tornou CEO da Wikimedia Foundation depois de presidir a transformação da Wikipédia de uma  “enciclopédia do povo”  em uma  arma de desinformação empunhada pelo “stablishment” de segurança nacional dos EUA.

Atualmente, ela atua no Conselho de Política de Relações Exteriores do Departamento de Estado dos EUA e é a presidente do conselho de diretores da Signal Foundation, a empresa financiada pelo governo dos EUA por trás do aplicativo de mensagens criptografadas Signal. Milhões de dólares do financiamento inicial usado para criar o aplicativo concedidos  através do Open Technology Fund, um desdobramento da fábrica de propaganda fundada pela CIA, a Radio Free Asia. De acordo com seu perfil no LinkedIn, Maher também atuou no conselho do Open Technology Fund até 2019.

Maher também é Jovem Líder Global no Fórum Econômico Mundial, com sede em Davos, e bolsista de segurança na Projeto de Segurança Nacional Truman. A missão declarada do Projeto Truman é desenvolver soluções inteligentes de segurança nacional que reforcem uma liderança global americana forte, equitativa, eficaz e apartidária. Diz que sua rede inclui 2.000 veteranos, civis da linha de frente, especialistas em políticas e profissionais da política. O projeto Truman atualmente conta com o secretário de Transportes, Pete Buttigieg, o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, e o ex-diretor da CIA, Leon Edward Panetta, como membros eméritos. Pelo visto, ela só anda em boa companhia!

Tudo isso mostra que o róseo mundo das Bigs Techs norte americanas esconde um horrendo conglomerado das mais importantes empresas de tecnologia dos EUA, responsáveis por filtrar o conteúdo “permitido” para circularem nas redes  e com vinculações diretas com o Estado de Israel. A cúpula destas empresas abriga agentes do Estado de Israel, especializados em controlar e vigiar os palestinos de um lado e o resto do mundo de outro. É preciso desmascarar estas empresas e mostrar que são cumplices há muito tempo dos crimes de Israel. E não só: também do imperialismo “ocidental”.  Você certamente também está no cadastro como espionado por essas empresas.  Um grande movimento de boicote e combate  a estas empresas deve ser criado para que o monstro dessa junção genética do imperialismo e o Estado judeu seja desmantelado. Não será possível se viver em paz se este conluio entre estes personagens tão tenebrosos não for rompido.

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