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Política

O ocaso do Estado sionista de Israel

O “Dilúvio de Al-Aqsa” do Hamas demoliu o mito da vulnerabilidade de Israel e quebrou a sensação de segurança dos ocupantes por invasão as terras da Palestina.

Por  Ricardo Rabelo

                A reação de Netanyahu ao discurso de Lula comparando o genocídio dos palestinos ao dos judeus por Hitler foi extremamente violenta, exigindo inclusive retratação de Lula e colocando-o como “persona non grata” em Israel. A ideia básica do governo sionista de Israel é a de que é um ultraje comparar o holocausto, o único genocídio injustificável do mundo, com a “guerra justa” dos israelitas contra o Hamas.

                Para os sionistas é realmente um absurdo comparar a morte de um povo “sub-humano” , os palestinos, com a morte dos santos e sagrados judeus europeus. O “Dilúvio de Al-Aqsa” dos palestinos,  na verdade, foi muito além das pretensas violências contra civis pelo Hamas, que são negadas pela resistência palestina, pois  demoliu o mito da vulnerabilidade de Israel e quebrou o a sensação de segurança dos colonialistas que  são ocupantes por invasão as  terras da Palestina.

Há uma questão  que explica a perda de legitimidade internacional do Estado genocida de Israel: a erosão da aura judaica de grandes vítimas de um grande e incomparável  genocídio do Holocausto . O estado de Israel conseguiu manter e ampliar esta sua grandiosidade do seu povo, capaz de grandes feitos e ao qual não se pode atribuir qualquer atitude ou política criminosa.

Na verdade esse conceitos favoráveis atribuídos a Israel e seu povo se origina de uma poderosa indústria que foi criada  e alimentada, a partir da guerra de 1967, conjuntamente pelo Estado sionista de Israel e pelo imperialismo norte americano, financiado pela  burguesia sionista dos Estados Unidos. Ela vai se tornar um forte  suporte ideológico e de propaganda em favor do Estado judeu em todo o mundo.

A Construção da Hegemonia Ideológica sionista mundial

É necessário ressaltar que a construção da hegemonia ideológica sionista decorre de um fato história real: o genocídio executado pelos nazistas na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial contra o judeus na Europa, que fez parte de um genocídio mais amplo envolvendo ciganos, homossexuais ,deficientes físicos, comunistas e eslavos. Esse fato histórico concreto foi transformado pelo Estado de Israel e pelo imperialismo dos Estados Unidos em uma grande operação simbólica de glorificação do Estado e do povo judeu. Israel passa a usar, para designar este fato, a palavra O Holocausto, em letras maiúsculas. . Quando este termo é usado, é considerado um fato único que afetou os judeus porque isso seria parte de um projeto milenar para exterminar os Judeus. Dessa forma,  o Holocausto seria um evento único e irrepetível, que divide  a história da humanidade em duas partes , como um divisor de águas, porque nunca, antes ou depois, aconteceu ou acontecerá algo para igualar o sofrimento dos judeus na Europa depois que os nazistas chegaram ao poder na Alemanha em 1933. O importante é que isso atribuiria uma  superioridade moral ao Estado de Israel – que se arroga o direito de assumir como o representante de todos os judeus do mundo, eternas vítimas dos “gentios”. Assim, qualquer crítica que seja feita ao Estado de Israel ou à  história do Holocausto é apontada como uma expressão do antissemitismo, que quer varrer os judeus da face do mundo, como queriam os nazistas. Em suma, o Holocausto não define apenas os judeus como um grupo,  mas principalmente lhes dá ‘direitos sobre os outros'”. A singularidade do Holocausto é um “capital moral’.

Israel conseguiu acumular simpatia e piedade pelo Holocausto dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Em torno desse sentimento: Israel criou com sucesso uma poderosa indústria, que rende não apenas benefícios simbólicos, morais e culturais, mas também ganhos econômicos materiais. A indústria do Holocausto é  um poderoso ramo de negócios em escala internacional  de multinacional que proporcionou principalmente nos Estados Unidos milhões de dólares vindos de vários fontes. Há a construção de museus do Holocausto em toda parte, milhares de  filmes nos cinemas, palestras obrigatórias onde somos  ensinados  a sentir pena dos sionistas e a considerá-los eternos vítimas da perseguição que os antissemitas do mundo fariam contra ele. Outra fonte importante  de recursos em termos materiais é a coleta de milhões de dólares  em compensações nos países europeus, a começar pela Alemanha, a supostos sobreviventes do Holocausto. É por isso que, com ironia, alguns dizem que, em vez do Holocausto, deveríamos falar de Holocash [Cash in Inglês significa dinheiro, pagamento em dinheiro]

A principal função do Holocausto  é legitimar   e ocultar o crimes do Estado sionista de Israel nas terras ocupadas da Palestina, antes mesmo de sua fundação, em 1948, e principalmente  após 1967. Os muitos crimes de Israel são repetidamente justificados pela recordação do Holocausto e quem for contra eles poderá ser equiparado aos criminosos nazistas.

 Até algumas semanas atrás, isso era perfeitamente funcional e lucrativo, porque a opinião pública internacional , informada por esta indústria,  considerou o Estado de Israel como uma pobre vítima, sitiada por perigosos e intoleráveis inimigos (palestinos em particular e árabes em geral). Alegam que o Estado de Israel  e os sionistas tem o direito de se defender, por causa do Holocausto e também por ser o  povo escolhido de Deus para a terra santa da Palestina. E isso é legitimado com a alegação de que os judeus são ontologicamente superiores a qualquer outra etnia no mundo.

Por essa lógica, os agressores colonialistas de Israel aparecem como os atacados, e os palestinos deixam de ser os colonizados e são apresentados como invasores que querem tirar a Terra Santa dos israelitas. Para construir essa hegemonia ideológica evitou-se difundi-la logo depois da criação do Estado de Israel.  Nesse período, ocorreu a “acumulação primitiva, em que violência, espoliação e desapropriação foram fundamentais, pois Israel vem ao mundo pingando sangue de todos os seus poros.

A desapropriação tem uma dupla dimensão: é material, porque implica o roubo de terras dos palestinos, os habitantes originais dos territórios usurpado por Israel e expulso à força desde 1947, é o que se chama de como a limpeza étnica (a Nakba); Mas a desapropriação também é cultural. espiritual e histórica, já que o Estado de Israel nasceu com mitos fundadores que negam que os territórios recém-usurpados tivessem habitantes (de acordo com a invenção sionista eles estavam vazios, eles eram um deserto), e não um povo  que tinha história, costumes, religiões, língua, tradições. Para os sionistas de Israel, o povo palestino não existe, como proclamava a criminosa de guerra Golda Meir.

Embora Ben Gurion e outros fundadores do Estado de Israel se referiram  a um “segundo Holocausto”, para se referir à hostilidade generalizada dos árabes pela decisão arbitrária da ONU de dividir o a Palestina histórica em dois Estados.  e concedendo aos judeus europeus o direito de ter a maior parte do território, bem como as ações brutais de espoliação e expulsões realizadas por grupos paramilitares sionistas, que então tornam-se as forças armadas do nascente Estado de Israel.

Naquela época não interessava ao imperialismo   fazer alusão aos crimes dos nazistas pois os Estados Unidos necessitava integrar  a Alemanha no ordem capitalista, e limpar seu passado nazista e genocida recente. Posteriormente os EUA passaram a integrar ex-nazistas nas tarefas anticomunistas nos Estados Unidos e em outros lugares do mundo.

Um evento chave na construção dessa hegemonia foi o processo  contra Adolf Eichmann em Israel em 1961. O  criminoso nazista foi ilegalmente sequestrado pelo Estado de Israel em Buenos Aires, violando normas elementares do direito internacional, numa operação do sombrio Mossad. Em Tel Aviv, foi realizado o julgamento de Eichmann, e, pela primeira vez, Israel apresentou-se ao resto do mundo como o representante “natural” dos judeus assassinados na Europa pelos nazistas.

Israel  reivindicou  uma superioridade moral que possibilitou  violar o direito internacional e montar o quadro ideológico do Holocausto, palavra que começou a ser mencionada pela primeira vez nos Estados Unidos na época e na esteira desse julgamento.

O  processo judicial contra Eichmann mostrou o caráter parcial e limitado  e unilateral da ideia do Holocausto, já que os juízes escolhidos foram Judeus e não se juntaram a um juiz de qualquer outra parte do mundo. É como se os crimes nazistas não fossem crimes contra a humanidade mas contra um grupo étnico específico e da  competência exclusiva do Estado de Israel.

Israel justificou sua ação  como o  “nobre justo”, que agiu por sua superioridade moral e seu caráter como povo escolhido de Deus. Além de dar o pontapé inicial na institucionalização do Holocausto.  O julgamento de Eichmann consistiu em dirigir as atitudes da sociedade israelense em relação aos palestinos, sendo  que a questão mais importante dessa conexão é a “nazificação” da luta palestina. Ou seja, se os palestinos agridem o judeus eles são nazistas.

Em 1967  com a Guerra dos Seis Dias, quando Israel derrotou os exércitos e anexou novos territórios, incluindo Gaza, Cisjordânia, a Península do Sinai e as Colinas de Golã. O triunfo militar de Israel serviu como credencial para  os EUA  e o Holocausto que se tornou a narrativa oficial para justificar os crimes coloniais de Israel.

Criou-se, assim , em associação direta com os sionistas dos Estados Unidos são um capital moral que lhe dá o caráter de vítima e com o direito de agir de qualquer forma – inclusive construindo bombas atômicas – com a premissa (que se tornou um axioma indiscutível) de defender-se de seus eternos agressores, o que era justificado pelo sofrimento do passado, ou seja, da perseguição sofrida durante a Segunda Guerra Mundial.

O Holocausto se tornou um mito da vida cotidiana, tanto em Israel quanto nos Estados Unidos, e em face de em outros países, principalmente na Europa. Cadeiras surgiram em universidades, primeiro em Israel e nos Estados Unidos e depois na Europa Ocidental e outros lugares ao redor do mundo; Museus do Holocausto e locais do Holocausto foram erguidos  em memória daquele evento. Nos Estados Unidos, o New York Times assumiu como porta-voz propaganda do Holocausto, a ponto de aparecer diariamente informações. Foram fundadas editoras cujo único propósito é publicar pesquisa sobre o Holocausto, Hollywood tornou-se a meca do cinema sionista que justifica os crimes de Israel. Tribunais foram erguidos antidifamação para perseguir críticos de Israel, rotulados como racistas e antissemitas e até em países como França e Alemanha é proibido qualquer crítica a Israel, e sentenças de prisão foram impostas àqueles que ousassem  ir contra a norma estabelecida por  Lei   de  que esse país é uma vítima permanente que exige piedade e comiseração.

Por outro lado, investe-se em manter o mito da excelência de Israel. As suas equipas desportivas são admitidas nas competições europeias como se fosse um país europeu e é terminantemente proibido que no campos e estádios para dizer algo contra Israel. A aceitação dos cantores de Israel em o Festival Eurovisão da Canção, onde  os seus representantes já venceram  quatro vezes e esse país organizou esse evento em Tel Aviv. A disseminação de mitos de que Israel  é a única democracia no Oriente Médio, um país pluralista, tolerante, amigo da diversidade e próspero e opulento, em meio à miséria e ao atraso dos árabes e palestinos.

Tudo isso contribui para sumir na mídia mundial e da cena política a “Questão palestina” e negação tácita da “comunidade palestina” das reivindicações anticoloniais de Palestina. Embora isso nunca tenha sido totalmente possível, Israel se comprometeu a campanhas publicitárias voltadas, como em 2005, do projeto “Brand Israel”  para vender uma imagem renovada de um país próspero, moderno e inovador e que teria superado o militarismo e seu messianismo e racismo étnico-religioso.

Dessa forma se difunde a idéia que o  sionismo era distinto e superior às sociedades atrasadas do mundo árabe circundante. Para isso, procuraram mostrar que Israel era um poderoso inovador no campo da tecnologia e fez importantes contribuições para o conhecimento Era um enclave de amplitude cultural e Tel Aviv uma cidade de onde os gays são recebidos de braços abertos e a liberdade é tolerada.

Vale destacar que uma das figuras femininas que foi exaltada como A expressão emblemática da marca Israel foi a Miss Israel 2007, Carl Gadot, que foi exibido como um símbolo de um país que teria virado a página da questão palestina. Essa mesma mulher foi um membro ativo das forças israelenses e, no momento, é uma grande defensora do genocídio a que os palestinianos estão a ser submetidos, e uma voz ativa no apoio de Hollywood aos crimes de Israel. Aí está a maravilha imaginária da marca Israel, bem exemplificado pela citada atriz!

Em 2019, enquanto Palestinos foram massacrados em Gaza, em Israel foi celebrado e transmitido o Festival Eurovisão da Canção na televisão internacional, com muito alarde, para lavar com música e canções a sua imagem de agressor. Um dos elementos desse processo foi o fato de que algumas monarquias árabes assinaram em 2020 os chamados Acordos de Abraão, promovidos pelos Estados Unidos, e nos quais os Emirados Árabes Unidos , o Bahrein, o Sudão e Marrocos e visava normalizar as relações diplomáticas e comerciais com Israel. Os países mencionados reconheceram  a soberania do Estado sionista sobre os territórios ocupados e excluídos os palestinos.  Os Estados Unidos, que promoveram estes acordos e o Secretário de Estado, o sionista Antony Blinken disse, em setembro de 2022 “Estamos comprometidos a avançar e expandir esses acordos entre Israel e os países da maioria árabe e muçulmana para aumentar a segurança, a prosperidade e a paz regionais”

A falência da hegemonia sionista

Quando, em 25 de abril de 2023 , Israel comemorou o 75º aniversário de sua fundação, o que eles cinicamente e falsamente chamam de “dia do independência”,  anunciavam um futuro brilhante para o Estado sionista, apesar das dificuldades de curto prazo. Eles mostraram isso como um sucesso econômico, político e cultural e com um futuro brilhante. Assim isso foi expresso pela revista The Economist na edição comemorativa que:  “Hoje Israel é enormemente rico, mais seguro do que nunca,  e democrático: isto é, se você estiver disposto a excluir os  territórios ocupados. (sic!). Superou guerras, secas e pobreza com poucos recursos naturais além do fator humano. É um exemplo disso atípico no Oriente Médio, um hub de inovação e vencedor do globalização”

O editorial foi acompanhado de uma ilustração eloquente, para representar a prosperidade de Israel e seu futuro radiante, e no centro é exaltada a figura de Benjamin Netanyahu (um assassino sionista típico).

Os ataques do 7 de Outubro do Hamas  destruiu os mitos da invulnerabilidade de Israel, da segurança, do de seu território e do caráter invencível de suas forças armadas.Em poucas horas, todos esses mitos foram quebrados. Na verdade, através de artimanhas, mentiras, enganos, notícia falsas, Israel vendeu a ideia – que ainda é repetida pela mídia mundial – de que seu habitantes “pacíficos” e “gentis” foram vítimas de um ataque terrorista injustificado e inexplicável, com um saldo de 1400 israelitas mortos.

O número inflacionado foi imediatamente reduzido para 1200 mas mantiveram as mentiras  que o Hamas teriam assassinado  indiscriminadamente, estuprado  mulheres e  decapitado crianças. Não demorou muito, pois dentro do próprio Israel começou a circular a informação de que um grande número de as mortes haviam sido produzidas pela força assassina e vingativa das IDF (Forças de Defesa de Israel (sic)), que vieram bombardeando e  usando metralhadoras, independentemente do fato de que os combatentes do Hamas estavam segurando cidadãos de Israel. Isso não importava, era para  matar tudo o que se movesse, para evitar que fosse detido, para ser levado ao território de Gaza.

Palestinos e militantes começaram a ser descritos como nazistas que ousaram atacar uma sociedade pacífica. Mas esse foi um efeito de curta duração, típico de um bolha especulativa, que muito rapidamente se esvaziou devido à criminosa truculência de Israel.

O genocida Benjamin Netanyahu, imediatamente começou o bombardeio indiscriminado da Faixa de Gaza,  onde as forças criminosas de Israel assassinaram até agora mais de 30000 pessoas – e estima-se preliminarmente que 100.000 pessoas jazem enterrados sob os escombros – deixando milhares de feridos e mutilados, milhares de crianças e mulheres foram mortas, 60% da infraestrutura do Gaza destruída. Como parte da limpeza étnica de quase dois milhões de pessoas seres humanos sendo bombardeados em escolas, hospitais, campos de refugiados, etc. refugiados, abrigos da ONU. Israel mais de 100 jornalistas,  autênticos crimes de guerra e crimes contra a humanidade. O objetivo é matar a fome e adoecer os habitantes de Gaza, enquanto seus colonos  realizam um massacre semelhante na Cisjordânia ocupada.

Não há nada de novo nisso – exceto a escala da destruição e da escalada de genocídio – porque é isso que Israel sempre fez. A novidade está no em que, apesar das mentiras e do encobrimento da falsidade ocidental, em face dos olhos do mundo, ficou claro o que é Israel, um Estado terrorista. genocida e um perigo para a própria humanidade. E isso aconteceu porque os meios de comunicação de desinformação perderam o monopólio de se manifestar. Através de celulares e redes sociais foram mostrados todos os crimes de Israel. E essas imagens permaneceram como testemunho direto da magnitude do genocídio do Estado sionista.

A hegemonia da narrativa sionista sobre Israel se desmoronou irreversivelmente. Israel apareceu pelo que realmente é. Nessas condições, ele não tem mais público, Com exceção dos setores sionistas mais ortodoxos, para continuar associando as ações de Israel ao Holocausto e ao sofrimento do povo judeu ou justificá-los em  nome de Deus e do povo escolhido. Esse engano perdeu sua eficácia diante da magnitude do que aconteceu e o cinismo de Israel em não esconder o genocídio, mas exaltá-la e proclamar a limpeza étnica, como tentara fazer antes.

A narrativa sionista agora só se sustenta à custa da censura e da repressão: demissões, perseguições e repressão policial nas ruas. Nos Estados Unidos você tomou força um sentimento pró-palestino e a condenação do Estado dos palestinos. Israel, a ponto de, em algumas universidades, tradicionalmente dominado por Sionismo, houve marchas, manifestações e comícios maciços de repúdio ao genocídio de Israel.-A marca transnacional Puma, decidiu retirar o patrocínio da Seleção Israelense de Futebol. A África do Sul apresentou um queixa formal ao Tribunal Internacional de Justiça, com sede em Haia, contra Israel, no qual o acusa de suas ações, que “são genocidas por natureza porque têm como para provocar a destruição de uma parte substancial” dos palestinos em Gaza, uma acusação que era impensável há apenas alguns meses

O  próprio regime de Benjamin Netanyahu aconselhou todos os seus cidadãos a esconderem a sua  nacionalidade, esconda o seu passaporte e mostre o seu passaporte de segunda nacionalidade, que a maioria deles tem. Em 12 de novembro de 2023 em meio ao bombardeio assassino de Gaza, o presidente de Israel, Isaac Herzog, informou que as Forças Armadas haviam encontrado uma cópia de Minha Luta de Adolf Hitler em uma base do Hamas. O livro encontrado, continuou Herzog, foi encontrado no corpo de um dos militantes do Hamas e foi sublinhado e com anotações, como demonstração de que esse militante aprendeu  a ideologia de Hitler de odiar judeus, matar judeus, queimar judeus, os judeus, para massacrar os judeus.

Em resposta à pergunta do repórter da BBC sobre um grande Marcha realizada em Londres em apoio à Palestina, Herzog observou:

“Não estou dizendo que todos os manifestantes de ontem apoiam Hitler, mas a única coisa que  estou dizendo é que, ao omitir tudo o que é ideologia do Hamas, eles estão basicamente apoiando essa ideologia”. O Presidente de Israel ele simplesmente endossa o que pensa  o alto escalão do Israel que o Hamas é uma reencarnação do nazismo e seus combatentes são simples nazistas.

Esta tentativa de uso do Holocausto a seu favor pelo Presidente de Israel aparece, ultrapassada, obsoleta e inútil, e demonstra cegueira dos genocidas que acham isso porque têm o apoio dos Estados Unidos e a União Europeia, o mundo inteiro, continua a ouvi-los e a engolir suas mentiras. Em outro momento, os argumentos de Herzog teriam tido um impacto positivo, mas não agora, em meio ao terrível genocídio dos palestinos, transmitido ao vivo e direto.

O discurso de Lula teve uma importância muito grande neste momento.O Brasil é um país importante no cenário geopolítico mundial, por sua participação nos Brics  por ser um país democrático, e pelo grande apoio popular que tem não só no Brasil mas em todo o mundo. O discurso se deu numa reunião da União Africana, onde a África do Sul está processando Israel por genocídio. Podemos dizer  que o discurso de Lula inaugura  definitivamente o pós Holocausto, onde a hegemonia política ideológica  do sionismo desmoronou por completo. É importante agora que o Brasil se uma a outros países do sul global em torno à proposta de uma reunião internacional para discutir e deliberar sobre como deve ser firmado o governo palestino no pós genocídio.  É preciso retirar do Estado sionista qualquer legitimidade na administração da Palestina daqui em diante. E também desfazer para sempre a interferência direta do imperialismo norte-americano nos destinos do povo palestino.

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